CATEGORIA
MICRO PORTE

E-Vision – vencedora do Prêmio Empresa Mais Digital 2015 na categoria MICRO PORTE

Com apenas sete funcionários e dois estagiários, a E-Vision, que faz consultoria para e-commerce, estratégias digitais e mídias sociais, foi a vencedora do Prêmio Empresa Mais Digital 2015 na categoria Microempresa. Situada em um pequeno escritório em Santana do Parnaíba, na Grande SP, a companhia levanta a bandeira do “home office” e não tem intenção de crescer em número de pessoas. “No mundo digital, não existe necessidade de aumentar o quadro de funcionários. Nós precisamos deles, mas eles não precisam estar presentes no escritório, amontoados. Fazemos reuniões online. isso permite um alcance de recursos muito maior”, explica Luiz Navarro, sócio-fundador da empresa ao lado da mulher, Solange Oliveira.

Ambos trabalharam com consultoria na década de 90, até abrirem um escritório próprio em São Paulo com o dobro do número de funcionários que têm hoje. “Mas também tínhamos o dobro de problemas. Fechamos há dois anos e viemos para Santana do Parnaíba. Diminuímos o quadro de clientes em 20%, e os custos, em 40%”, conta Navarro. Hoje eles administram 12 lojas virtuais de todo o Brasil, atendem cerca de 60 empresas por ano e afirmam que um dos acertos que possibilita o trabalho remoto é investir pesado em tecnologia da informação para garantir a segurança de dados.

“HOME OFFICE”

A aposta no trabalho remoto é tanta, que criaram o selo “Nós acreditamos em home office” para a nova página virtual da E-Vision. Quando são contratados, os funcionários que vão trabalhar de casa recebem um kit com computador, códigos de segurança e marcador de pontos. Eles “batem” o ponto eletrônico em um software pago, homologado pelo Ministério do Trabalho, que identifica a pessoa pela câmera do computador. Esse sistema é condizente com uma nova legislação para trabalhadores de TI, vinculados ao Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Processamento de Dados e Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo).

“Home office não é anarquia, precisa haver disciplina”, afirma a sócia-fundadora. Por isso, além do kit, os novatos recebem treinamento específico e o “manual do home office”, com orientações como: “trabalhar de pijama é um erro”; “fique em um ambiente separado dos filhos”; e “como devem se sentar para melhorar a postura”. No dia a dia, eles usam o TradingWorks, uma ferramenta que mostra o diário de bordo, fila de atividades, sugestões, etc.

Já chegaram a contratar uma pessoa que nunca conheceram pessoalmente. Era do Piauí, enviou a carteira de trabalho pelo Correio e todo contato era estabelecido virtualmente. Hoje ele empreendeu, abriu sua própria loja virtual de redes e deixou a empresa, mas é lembrado como o melhor funcionário que já tiveram. Outra colaboradora, que é de Jundiaí, no interior de SP, só conhece Navarro por Skype.

Como o conceito de trabalho remoto funciona muito bem no Brasil, os sócios querem expandir e estão abrindo uma filial em Lisboa (Portugal). Eles ainda não conheceram os novos sócios pessoalmente, apenas por conversas online. O escritório português é de um cliente que virou parceiro e irá dividir os custos com a E-Vision. Ainda existe outro plano de fazer a mesma coisa em Miami, na Flórida (EUA), onde existe menos burocracia em comparação ao Brasil, e realizar uma rotação entre a equipe.

A expansão faz parte de uma estratégia de promover a internacionalização do e-commerce e assim, ampliar o mercado dos clientes deles. O que está atrasando o processo nos EUA é justamente o número reduzido de funcionários. Para uma empresa ser aberta lá, ela precisa de dez funcionários empregados. Mesmo assim, o casal defende o número enxuto da equipe.

GAMIFICAÇÃO

A bonificação dos funcionários da E-Vision é realizada por um cartão de crédito internacional pré-pago, personalizCartão Presenteado, que pode ser de aniversário ou comemorativo pelo alcance de uma meta específica, por exemplo. “Funciona muito bem. Eles colecionam e fazem quadrinhos com os cartões”, conta Oliveira.

PORTAL DE VAGAS

A empresa ainda oferece um serviço de portal de vagas da área do e-commerce e do mundo digital, chamado E-Vagas, com cerca de 4.000 assinantes. Eles cobram R$ 15 por pessoa física pelo serviço via PagSeguro. Como Oliveira dá aula em algumas faculdades e conhece muita gente do mercado, o site foi a forma que encontrou para automatizar parte do trabalho que já realizava por “cortesia” e “relacionamento”, e assim, economizar tempo e capitalizar com isso.