O que motiva uma cooperativa agrícola a participar de um prêmio digital? No caso da Coopeavi, definir um marco zero para fazer uma autoavaliação, explica Fábio Jr. Braga, gerente de TI da organização, cuja matriz está localizada em Santa Maria do Jetibá, no interior do ES. Sem nenhum tipo de expectativa, a empresa acabou vencedora da categoria Setor Primário. Mas o que a levou à premiação?
A cooperativa tem 550 funcionários, cerca de 10 mil associados e também atua na área de indústria, serviço, comércio, com 18 lojas de varejo no ES e em MG, e consultoria técnica. Como o percentual de cooperados conectados é muito baixo por conta da localização geográfica, há pouca oferta de serviços online. No entanto, hoje já é possível acessar o saldo de capital no site da cooperativa. Além disso, existe outro site específico para o consumo de ovos. Cada item adquirido possui um carimbo com um número, que identifica qual família produziu o ovo em análise.
Internamente, a empresa utiliza a internet para se comunicar com as filiais, além de redes sociais como o Twitter e o Facebook. Todas as transações, os movimentos de compra e venda, e a gestão de folha de pagamento são feitos via ERP, enquanto outra ferramenta de BI realiza a extração dessas operações e transforma em indicadores e painéis.
Nos próximos dois anos, a Coopeavi prevê mudanças significativas a partir da difusão da internet. A infraestrutura ainda é ruim e muitos produtores só foram “conectados” no início desse ano. Com a nova realidade, há diversas possibilidades a serem exploradas, segundo Braga, como o comércio eletrônico, a criação de uma plataforma online de conhecimento interno e de um aplicativo para registrar as operações. Outra ideia em estágio mais avançado é um projeto de inclusão digital para os filhos dos cooperados, que vai ensiná-los a usar o computador, a internet, redes sociais como o Facebook, programas como Word e Excel, entre outros.
IRRIGAÇÃO VIA WIRELESS
Outro projeto inovador já em andamento é a criação de um comando automático via wireless dos registros de irrigação das plantações dos produtores, com timer e sensor de chuva. “No dia em que estiver chovendo, as torneiras não abrem. Os cooperados poderão controlar todo o sistema pelo smartphone”, afirma Daniel Neves, gerente de marketing da empresa. A tecnologia foi desenvolvida por um fornecedor da empresa, que avaliou que o projeto é comercialmente viável.